sexta-feira, 19 de novembro de 2010

SINOPSE



Ana e Edu são irmãos e sempre foram muito amigos. Quando Ana tinha 5 anos, e Edu 8, seus pais se separaram de forma violenta. A mãe, depois da separação, se transforma numa mulher depressiva, que passa os dias se lamentando e derramando suas idéias tanásicas sobre a vida e as relações amorosas. O pai constrói outra família e seu único comprometimento com Ana e Edu é pegá-los aos domingos para passar o dia. A infância de Ana se resumia em esperar ansiosa, olhando pela janela durante toda a tarde, o carro do pai chegar. Os meninos crescem nessa região sombria e seca de afeto: de um lado a sombra de uma mãe impulsionada pelas questões obscuras da vida, do outro a ausência do pai. Ana, para fugir da escuridão que paira na casa de sua mãe e ter uma figura masculina em quem projetar segurança, casa-se com Sérgio, um amigo da faculdade. Edu faz uma longa viagem à Paris para se entender com todas as questões que envolvem sua família, suas carências e seu vazio.

Quando a peça começa, Ana tem 45 anos e ares de uma Shirley Valentine, é dona de casa e vive uma vida tediosa com o marido. O que salva os momentos de melancolia de Ana são as músicas de Edith Piaf, cantora preferida da mãe, e suas lembranças. Mais especificamente, as lembranças de um rapaz, João, amigo dos irmãos, por quem ela foi apaixonada na adolescência. O rapaz vai morar na Europa, desaparece e Ana vive com o fantasma desse amor antigo a rondar sua vida amorosa.

Mas as atitudes de Ana no início da peça, não demonstram esse sofrimento. Na verdade, Ana vive num universo que criou para justificar a sua própria existência. Está sempre sorrindo, divertida, prestativa e maternal. Vive num bom astral claramente forçado, como se estivesse sempre envolvida por uma capa perfumada, escondendo os escombros de seus sentimentos.

A mãe de Edu e Ana morre, mas Edu está fora do Brasil e não comparece ao enterro. Depois da morte da mãe, Edu decide voltar para rever a irmã e o pai, ele quer se entender com o passado. É com a chegada dele à casa da irmã para um jantar, depois de 6 anos fora, que a peça começa.

A campainha toca, é João. Ana acha que Edu armou uma surpresa para ela, uma reunião para relembrar os velhos tempos. Mas é nesse jantar que Ana vai ser impactada com uma revelação bombástica: João e Edu se reencontraram na Europa e estão juntos. Edu armou o jantar para revelar sua homossexualidade e apresentar o seu inusitado parceiro.

Tudo isso acontece na noite em que os irmãos esperam pelo pai. Os conflitos todos vêm à tona. O marido de Ana chega para agravar a situação. Apesar do conteúdo dramático, a peça é permeada pelo humor que de algum modo amortece os conflitos.Tudo é construído com profundidade e leveza, para que a verdade da relação entre Ana e Edu aos poucos se revele. “Aos domingos” vai mostrar a transformação de cada um, num desfecho emocionante, a partir do qual a vida dos irmãos nunca mais será a mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário