“Aos Domingos” é um texto inédito brasileiro, da jovem autora Julia Spadaccini, expoente da “Nova Dramaturgia Carioca”, com quatro atores – Jorge Caetano, Juliana Teixeira, Paulo Giardini e Bruno Padilha – e direção de Ary Coslov, premiado diretor de TV e Teatro.
Ana e Edu, os personagem centrais da peça “Aos Domingos”, são irmãos e cresceram à sombra de uma mãe suicida e de um pai ausente. A peça começa quando Edu, depois de passar 6 anos longe, reencontra a irmã num jantar oferecido por ela. Ana quer colocar Edu frente a frente com o passado e convida o pai.
Uma grande parte da peça é o reencontro dos irmãos que, com humor e delicadeza, relembram do passado e se reconhecem aos poucos. Os personagens vão revelando os mistérios do passado de maneira impactante e emocional. Os conflitos todos vêm à tona.
Apesar do conteúdo dramático da situação, a peça é permeada pelo humor que de algum modo amortece os conflitos. Tudo é construído com profundidade e leveza, para que a verdade da relação entre Ana e Edu aos poucos se revele.
“Aos domingos” vai mostrar a transformação de cada um, num desfecho emocionante, a partir do qual a vida dos irmãos nunca mais será a mesma.
A autora da peça, a premiada e elogiada Julia Spadaccini, emprega sua experiência como psicóloga e arte terapeuta na dramaturgia para uma interseção de saberes numa construção pautada em personagens que se buscam dentro da própria complexidade humana. Assim, a peça vem trazer para a luz do palco, diálogos sobre o sujeito neurótico e sua relação afetiva familiar. Para tanto, a peça vai contar o drama de dois irmãos que foram devastados pelas figuras materna e paterna. É um espetáculo em que a dramaturgia serve não só a trama, mas ao aprofundamento do histórico emocional de cada personagem, mais especificamente dos protagonistas. A idéia é causar uma interrogação na platéia sobre os traços essenciais que difere cada indivíduo e os obviamente herdados da observação do comportamento dos pais.
É um espetáculo que inicialmente vai revelar como as pessoas se comportam socialmente, dentro de suas defesas, utilizando máscaras para cobrir a imensa falta de sentido e o vazio de suas vidas, e gradativamente propor ao público uma viagem onde os personagens vão confrontar suas dores, frustrações e amarguras familiares. É um texto-catarse que convoca a platéia à uma contundente reflexão sobre a maneira como a estrutura familiar age na construção psicológica dos protagonistas, e de como suas escolhas são influenciadas por esse aspecto.
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